quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Ela.

Não é nenhuma novidade a minha paixão por Audrey Hepburn. Não sou do tipo da tietagem por ninguém, igualo a maioria dos artistas a mim, ou seja, não os considero nem melhor, nem pior, o restante guardo uma grande admiração pelo talento incomparável, e por último, no topo, Audrey.

 
Audrey era filha de um rico banqueiro inglês e da Baronesa holandesa Ella Van Heemstra.  Após o divórcio dos pais, mudou-se com a mãe para Londres, onde iniciou seus estudos.  Alguns anos mais tarde, as duas fixaram residência em Arnhem, Holanda. Como bem mostra o livro escrito por Warren G. Harris, a vida de Audrey Hepburn poderia – veja a ironia! – ser um filme estrelado por ela mesma. A existência de Audrey tem ares de um conto de fadas, com todas as alegrias, tristezas e sacrifícios inerentes a esse tipo de fábula. Nascida em uma família de berço aristocrático, em 4 de maio de 1929, desde muito jovem, viu o sofrimento de cara. Ainda nenê, quase morreu de uma coqueluche. Por toda a sua infância e parte da juventude, foi testemunha ocular e viveu pessoalmente todos os efeitos catastróficos (fome, violência, miséria, dor e luto) da II Guerra Mundial. 















Abandonada pelo pai, passou toda a sua vida achando que ele não a amava. Por causa de sua altura (ela tinha mais de 1,70m), teve que abandonar o sonho de se tornar uma bailarina. Despertou tarde demais pro amor e beijou muitos sapos até encontrar o seu verdadeiro príncipe (o ator holandês Robert Wolders), aquele homem que daria o amor tranquilo que ela tanto necessitava. 


O mais lindo nessa jornada toda é que Audrey pode retribuir em vida tudo aquilo que foi feito por ela. Ela tinha uma necessidade enorme de dar amor, muito mais do que receber este sentimento em troca. E ela fez questão de certificar a todos aqueles que lhe eram tão queridos – especialmente seus dois filhos, a mãe, os irmãos e o parceiro Robbie – disto. Ela pode fazer pela Unicef aquilo que esta instituição fez por ela após o término da II Guerra Mundial. Ela pode deixar sua marca no mundo e ela nos inspira a querermos ser alguém melhor. Mesmo sem querer receber em troca, ela teve que aguentar isso: Audrey foi – e continua sendo – amada, até mesmo por pessoas que nunca a viram na vida – e ela sempre ficava muito surpresa de ver o efeito que causava nas pessoas em geral. 

Quando da ocupação alemã, durante a 2ª Guerra Mundial, participou do esforço anti-nazista, período em que sofreu de má nutrição e depressão.  Após a libertação da Holanda, Audrey foi estudar balé em Londres e, mais tarde, iniciou uma promissora carreira como modelo, até ser descoberta por um produtor, quando teve uma pequena participação no filme holandês "Nederlands in Zeven Lessen", em 1948.




Antes de conseguir o estrelato com seu primeiro filme americano, "A Princesa e o Plebeu", 1953, quando arrebatou o Oscar de Melhor Atriz, Audrey participou de diversos filmes britânicos e franceses.  Em sua carreira de sucesso, foi ainda indicada ao Oscar de Melhor Atriz por suas atuações em "Sabrina", "Uma Cruz à Beira do Abismo", "Bonequinha de Luxo" e "Um Clarão nas Trevas".












Para o filme "Bonequinha de Luxo", Henry Mancini compôs "Moon River" especialmente para ela.  Ganhadora do Oscar de Melhor Canção, "Moon River" tem centenas de gravações, mas a dela é inquestionavelmente a melhor.



Audrey Hepburn foi uma das musas do grande estilista francês, Hubert de Givenchy, tendo este sido o responsável por seu guarda-roupa nos filmes "Sabrina", "Cinderela em Paris", "Amor na Tarde", "Bonequinha de Luxo", "Quando Paris Alucina", "Como Roubar um Milhão de Dólares" e "Charada".

Em 1988, Audrey tornou-se Embaixadora Especial para o Fundo UNICEF das Nações Unidas, de Ajuda às Crianças, tendo participado de missões no Sudão, El Salvador, Somália, México, Equador, Venezuela, Vietnã, Tailândia e Etiópia.



Audrey Hepburn era fluente em Inglês, Holandês/Flamengo, Francês, Espanhol e Italiano.

Poucas atrizes de Hollywood podem se dar ao luxo de terem sido tão icônicas quanto Audrey Hepburn. A força de sua persona pública – e da imagem que é associada a ela – é tanta que Audrey conseguiu transpor as barreiras dos filmes que estrelou e está imortalizada, não só em imagens de obras clássicas como “A Princesa e o Plebeu”, “Cinderela em Paris”, “Sabrina” e/ou “Bonequinha de Luxo”; bem como através de sua importância para a moda (através de uma longínqua parceria com Hubert de Givenchy e, na fase final de sua vida, com Ralph Lauren), uma vez que ela criou um estilo próprio e que, até hoje, serve como modelo para mulheres de todo mundo; e no pioneirismo do uso da celebridade para causas nobres. Hoje, se fala muito sobre o trabalho de Angelina Jolie como embaixadora da ONU, mas quem abriu as portas foi Audrey Hepburn, a qual dedicou a fase final de sua vida à causa da Unicef, trabalhando arduamente (até mesmo quando a doença que lhe tirou a vida já lhe atingia) em prol das crianças de todo o mundo, especialmente aquelas que são mais necessitadas.

O descanso entre um papel e outro se converteu em aposentadoria após Hepburn começar a “interpretar” aquele que seria o papel de sua vida: o de mãe de Sean e de Luca, nascidos de seus casamentos com o ator Mel Ferrer (critiquem-no o quanto quiserem por causa dos ciúmes que ele sentia do sucesso dela, por causa do temperamento horrível dele e do sofrimento que ele a causou, mas verdade seja dita: Audrey deve muito a ele, pois ele a instigou a aceitar papeis que ela recusou de cara, como o de “Bonequinha de Luxo”) e com o psicanalista Andrea Dotti. Entrando nesta seara mais pessoal da vida de Audrey, chama também a atenção o fato de ela ter se casado com dois homens bem parecidos, no sentido de que eles tinham uma personalidade forte. A trajetória de ambos os relacionamentos também é a mesma, uma vez que Audrey prolongou os dois casamentos e estendeu a sua infelicidade por causa dos filhos – o término só veio quando os caminhos de Audrey e de seus ex-maridos já estavam completamente distantes e opostos. Tanto que a sensação entre os amigos dela era a de que nenhum deles era merecedor da Audrey. Ela era muito melhor que eles. 







Pensando assim, Audrey foi muito melhor que todos nós. Não existe uma palavra desabonadora sobre o caráter e a pessoa de Audrey Hepburn. Todos, e faço questão de frisar, todos são unânimes em dizer o quanto que ela era especial, o quanto ela era verdadeira, o quanto ela era desprovida de vaidade, o quanto ela se doou para os outros. O produtor Janis Blackshleger expressa muito bem essa sensação: “Todos sabíamos que Audrey Hepburn era um mito. Mas ela era muito mais do que isso, era um grande ser humano. Quando você estava com ela, se sentia mais bonito, melhor consigo mesmo e com suas próprias possibilidades”. Audrey tem esse poder sobre a gente. Eu queria tê-la conhecido e ver mesmo se ela era de verdade ou se ela, para citar Richard Dreyfuss (com quem ela trabalhou no seu último filme, “Além da Eternidade”), “era um sonho. (…) aquele tipo de sonho que você lembra quando você acorda sorrindo”. 










No dia de sua morte, todas as Tiffanys colocaram fotos suas em todas as janelas. Isso não é pra qualquer um.

Filmografia:

Um comentário:

Robertha disse...

o sorriso dela... a mais sincero e lindo que eu ja vi.. audrey, sempre audrey